ELEIÇÕES NO CHILE – Por que a direita conseguiu a maioria dos votos nas eleições constituintes?

Entre os dias 6 e 11 de maio, Caio Vitor Spaulonci, pesquisador do OPEB, esteve em Santiago do Chile e fez gravações exclusivas durante as eleições. Confira as considerações dele: 


No domingo, 7, aconteceram as eleições para a nova assembleia constituinte. Todos conhecem os resultados: uma vitória avassaladora da direita e da extrema-direita.

A pergunta que muitos lá faziam era: como o cenário mudou tanto em menos de dois anos. De vitórias do campo progressista por largas margens em 2020 e 2021, temos agora um giro de 180 graus.

Na segunda-feira saí às ruas, buscando gravar depoimentos, para  tentar entender o ocorrido. Não se trata de uma pesquisa, com método, mas apenas opiniões quase aleatórias.

A maioria dos que procurei se recusou a gravar. Nenhuma dessas pessoas se declarou de direita.

Um grupo de trabalhadoras uniformizadas comentou que não se identificava nem com a direita, nem com a esquerda, que votaram nulo por estarem descontentes com os rumos da política. Outras opinaram que nada vai mudar.

Apesar da obrigatoriedade do voto, houve 17% de nulos e 4,6% de brancos.

A situação do Chile nos alerta para o perigo das campanhas de deslegitimação da política que, difundidas pelas mídias sociais, reduzem as discussões sobre os rumos do país a pontos demasiadamente simples, muitas vezes construídos com base em  notícias falsas.

É algo que reduz a possibilidade de lutas por direitos coletivos.

Vejam as entrevistas no vídeo acima. (Legendas em português e inglês, selecione nas configurações do YouTube)

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